3 de novembro de 2011

Carta a um jovem...

Caro jovem, quero que você me ouça antes de me usar.

Quero que você me conheça, que saiba quem eu sou, o que faço, como me comporto dentro das pessoas, como você ira se sentir depois do meu contato, da minha ilusão.

Eu não tenho nome certo nem um sobrenome. Sou batizado a toda hora e a todo instante por aqueles que me usam. Não tenho amigos, pois todos aqueles que se aproximam de mim eu consigo destruir e quando não o faço completamente eu os deixo sem miolo, sem coração e sem pensamento.

Os que me tomam como companheiro são aqueles de coração amargurado, abandonados por todos, aqueles que se sentem só e que procuram em mim uma fuga para os seus problemas, principalmente os que me desconhecem, pois minha fuga e passageira e dolorosa.

Um dos meus contatos preferidos são as veias. Através delas eu consigo mergulhar no seu sangue que me levará a uma viagem por todo o seu corpo. Atravesso seus membros, canais e artérias. Passo por todo o seu sistema nervoso, deixando ai a minha marca, e enquanto eu passeio você vive as ilusões mais caras que alguém pode viver.

Através desse rio de sangue eu consigo atingir o cérebro, e ai a minha marca e mais forte, pois no cérebro, eu vou roubar o pensamento, a memória e a razão. Por fim descerei até o coração e você irá saber realmente quem eu sou, ou melhor, não vai dar tempo para isso, pois você já estará morto.

Pronto já lhe contei a minha história, se você quiser a minha ajuda me procure. Estou pronto para tirar a sua paz, sua liberdade e sua vida.

 Atenciosamente: A droga.

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